segunda-feira, 18 de março de 2013

LIBERDADE VERBAL

Há alguns anos iniciei este blog sem grandes habilidades na escrita, ainda não me atrevo imaginar ter alcançado tal habilidade, entretanto sei que hoje mais que antes não tropeço tanto com as palavras, todavia, em alguns momentos sinto que estas tais palavras fluem com mais facilidades através de meus dedos, me pego analisando certos momentos de minha vida em que vejo o silenciar de minha boca em certos diálogos, depois repasso cada fala e penso como poderia ter respondido dessa ou daquela maneira, com tais ou quais palavras, mas a prudência não me permite libertar palavras sem uma análise prévia do discurso, sem a certeza de que suas consequências são aceitáveis.

Até considero isso um ponto positivo em minha vida, entretanto, uma palavra presa por prudência as vezes se rebela e tenta dominar o discurso, aliá-se a outras insatisfeitas pelo cárcere em que são submetidas, formando assim uma grande conspiração verbal. E este movimento de um palavreado buscador de liberdade segue então  no rumo de uma via de escape, e esta via encontra no teclado uma oportunidade de libertação, e se através desta oportunidade ela for levada aos trames de uma rede mundial...Fatal.
Sendo assim, abraço a possibilidade de fazer deste espaço um ponto de libertação verbal, um cantinho em que a palavra ganha forma e sentido, embora saiba que esta liberdade é um tanto restritiva, haja vista que o clamor verbal ecoa pela rede em busca de um olhar atento que reserve ao menos um instante de atenção.
Mesmo sabendo de suas limitações, a palavra é consolada por uma remota possibilidade de que em algum lugar no globo, um ser dotado de capacidade interpretativa absolva a ideia de que o palavreado deve ser liberto e transladado a um objeto discursivo e coerente, para que não haja assim uma revolta mundial do verbo.
Desta forma encerro, crente que a minha parte foi realizada, expondo ao verbo a sua liberdade, tal qual a liberdade proposta ao povo negro escravo do Brasil  pelos "santos alforristas"  Mas esta, é uma outra história... 

Nenhum comentário: